quinta-feira, 12 de julho de 2012

domingo, 4 de março de 2012

“Era uma vez...

“Era uma vez...

...um sonho... O sonho de manter acesa a chama vibrante, intensa e colorida da infância. Um tempo marcado pelo encantamento da atmosfera onírica que rege a primeira e mais importante fase de nossas vidas. Uma época singular, rica, pessoal e intransferível. Período em que representa uma galáxia em meio a todos os outros milhões de sistemas estelares produzidos pela fértil imaginação infantil. Imaginação livre de preconceitos, de negativismos e de limitações. A pureza, a ousadia e o espírito quase selvagem dos primeiros anos nos marcam de forma indelével por toda a existência... É como se esse período fosse comandado pelo ritmo de um relógio cujos ponteiros marcam só diversão e alegria... Um tempo cujo cheiro, gosto, cor e som continuamos perseguindo, de forma consciente ou inconsciente, por toda a vida.

Muito dessa beleza e dessas qualidades da infância é adquirido e aprimorado por meio das histórias que, quando crianças, ouvimos de nossos familiares – pais, mães, avôs, avós, tios e tias – e professores. Histórias que também chegam por leituras, filmes, desenhos animados, peças de teatro.
Sem o passaporte mágico dessas narrativas, é difícil conceber viagens, aventuras, conquistas, temores, medos e receios imaginários fundamentais ao nosso desenvolvimento intelectual e emocional. As histórias nos permitem conhecer e criar mundos fantásticos, repletos dos seres mais extraordinários e das sensações mais diversas...Sem elas, a infância, a adolescência, a juventude e a maturidade estariam condenadas a ocupar um palco sombrio, triste, desprovido de atores verdadeiramente apaixonados.
...
Mais do que nunca, é preciso dar um novo sentido a esses pequenos seres iluminados que ocupam almas e corações...Crianças interiores que habitam castelos, vales e montanhas edificados quando ainda arquitetávamos sonhos...Meninos e meninas comprometidos apenas em bater a meta diária da felicidade.
Lembremos que estamos vivendo os primeiros anos de um novo milênio, um tempo propício para recomeços, novas tentativas e escolhas. É chegada a hora de assumir o comando dessa embarcação em direção ao futuro. Não podemos esperar que as novas gerações modifiquem o que está errado se não despertarmos para o fato de que cabe a nós, desde já, dar o exemplo. Para isso, nossos pensamentos e ações devem ser um misto de altruísmo, capacidade de doação e amor ao próximo.
Mas como faremos se os valores que deveriam nortear a vida em sociedade parecem cada vez mais esquecidos? Como educar nossas crianças e jovens num tempo em que a aparência vale mais do que a essência e a competição e o individualismo teimam em ditar as regras dos relacionamentos, acabando por minar qualquer possibilidade de companheirismo, de amizade e de amor?”
Acreditamos que as dificuldades, os conflitos, as guerras e a intolerância que gradativamente se apoderam do mundo são resultado dessa total inversão de valores que predomina nas sociedades – configurando um tempo em que até mesmo a esperança parece estar mais escassa. Cabe a nós estar conscientes da importância de nosso papel e amparar, reerguer, reavivar os sentimentos, valores e atitudes que poderão renovar a confiança em dias melhores.
Várias são as formas de reconduzir o barco da História na direção mais eficaz do sucesso da aventura humana. Uma delas é lançando um olhar mais atento às grandes histórias, de modo a apreender seus ensinamentos com mais competência.”

 Gabriel Chalita em Pedagogia do amor, páginas 9, 10 e 11

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Epistemologia e abordagens

Conhecimento
Processo através do qual se estabelece uma relação entre um Sujeito Cognoscente (que quer conhecer) e um Objeto (a ser conhecido).
Sujeito:
ü  É o elemento conhecedor.
ü  É o centro do conhecimento.
Objeto:
ü  É tudo o que o Sujeito não é.
ü  É o Mundo (meio físico e/ou social) onde o Sujeito está mergulhado.
ü  O sujeito se coloca no mundo e, com ele, estabelece uma ligação.
ü  O mundo torna possível o conhecimento ao se oferecer a um sujeito apto a conhece-lo.
ü  O sujeito cognoscente é parte do mundo a ser conhecido e pode ser o próprio objeto de conhecimento.
è   O conhecimento, produto da relação sujeito-objeto, pode ser entendido como o saber acumulado pelo homem no decorrer de sua história e (como produto) transmitido através das gerações.



O Conhecimento pode ser:
Concreto:
ü  Quando o sujeito estabelece uma relação com um objeto individual.
Abstrato:
ü  Quando o sujeito estabelece uma relação com um objeto geral, universal.
ü  No processo de abstração, o conceito torna-se mais extenso à medida que o conteúdo intuível (imediato) fica mais pobre. (Ex.: conceito de homem e de amigo)
ü  Quanto mais amplo é o conceito, mais o conteúdo passível de ser apreendido pela intuição sensível (conhecimento direto pelos sentidos) esvazia-se.
ü  Por um lado o conhecimento abstrato nos ajuda a organizar e compreender um número imenso de acontecimentos e por outro, ele nos afasta da realidade concreta.



è   O verdadeiro conhecimento se dá dentro do processo dialético de ida e vinda do concreto para o abstrato, processo esse que não tem fim e revela a riqueza e a diversidade do mundo humano.
è   A relação de conhecimento implica uma transformação tanto no sujeito como no objeto.
è   O sujeito se transforma diante do novo saber e o objeto também se transforma, pois o conhecimento lhe dá (um novo) sentido.





Modos de Conhecer o Mundo:
ü  Dependem da postura do sujeito diante do objeto de conhecimento.
ü  Buscam desvendar os segredos do mundo, atribuindo-lhe sentido.
è   Mito: proporciona um conhecimento que é mágico, permeado pelo desejo de atrair o bem e afastar o mal, dando segurança ao ser humano.
è   Senso Comum: (ou conhecimento espontâneo) é a primeira compreensão racional do mundo resultante da herança do grupo a que pertencemos e das experiências atuais que continuam sendo efetuadas.
è   Ciência: procura desvendar a natureza a partir das relações de causa e efeito e aspira pelo conhecimento objetivo (fundado nas características do objeto). Busca os conhecimentos lógicos, fazendo uso de métodos desenvolvidos para manter a coerência interna de suas afirmações.
è   Filosofia: busca, com todo o rigor, a origem dos problemas, relacionando-os a outros aspectos da vida humana. Não se restringe a uma única esfera do conhecimento ou a um único aspecto do objeto.
è   Arte: busca interpretar o mundo (através da sensibilidade do artista) e traduzi-lo numa obra individual que (pelas suas qualidades estéticas) recupera o vivido e nos aproxima do concreto.




Abordagem Inatista – Maturacionista

Ø  Pressupõe que os fatores hereditários ou de manutenção são mais importantes para o desenvolvimento das crianças e para a determinação de suas capacidades do que os fatores relacionados à aprendizagem e à experiência.



  • Hereditariedade:

§  conjunto de qualidades ou características inatas.

  • Maturação:

§   padrão de mudanças comuns a todos os membros de determinada espécie.

  • Desenvolvimento:

§  padrões de comportamento típicos de cada faixa etária

§  ritmo e seqüência considerados “normais” para cada faixa etária

§  biologicamente determinado

  • Inteligência:

§  biologicamente determinada, é um atributo individual que determina sua capacidade de julgar, compreender e raciocinar

§  aptidão geral que não depende das informações ou das experiências adquiridas no decorrer da vida do indivíduo

§  capacidade de atenção, de julgamento e de adaptação do comportamento aos objetivos

  • Aprendizagem:

§  depende do desenvolvimento e está determinada pelo nível de maturação ou pelo nível de inteligência




Abordagem Comportamentalista

Ø  Pressupõe que as ações e habilidades dos indivíduos são determinadas por suas relações com o meio em que se encontram

§  destaca a importância dos fatores externos e da experiência sobre o comportamento

  • Aprendizagem:

§  as experiências do indivíduo determinam o seu comportamento

§  por condicionamento clássico envolve uma reação do indivíduo ao meio – um comportamento determinado e provocado por um estímulo determinado

§  por condicionamento operante envolve uma ação do indivíduo sobre o meio que é seguida por uma conseqüência

  • Desenvolvimento:

§  decorrente da aprendizagem, ou melhor são processos coincidentes

§  resultado das aprendizagens acumuladas no decorrer da vida do indivíduo

  • Comportamento:

§  uma resposta do organismo a estímulos do ambiente

§  estudo do comportamento deve possibilitar o conhecimento das relações estímulo-resposta, das quais é resultado

§  reforço positivo e negativo

§  freqüência

§  modelagem

§  extinção

concepção  interacionista

·         Pressupõe que há interação entre organismo e meio ambiente e que, nesta interação, fatores internos e externos se interrelacionam continuamente, formando uma complexa combinação de influências.

·         Nesse processo de interação com o meio físico e social, as características peculiares desse meio vão sendo conhecidas.

·         A aquisição de conhecimento é um processo de construção individual, onde as experiências anteriores servem de base para a construção de novos conhecimentos que dependem, entretanto, da relação que o indivíduo estabelece com o ambiente numa determinada situação.

·         Através da interação com outras pessoas, o indivíduo vai construindo suas características (modo de agir, de pensar, de sentir) e sua visão de mundo (seu conhecimento).